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Leitura: O Renascimento de uma superpotência
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Início » Colunas » O Renascimento de uma superpotência
Política Internacional

O Renascimento de uma superpotência

Rodrigo Bueno
Última atualização: abril 15, 2024 11:36 am
Rodrigo Bueno 12 minutos de leitura
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O dia 4 de Abril de 2024 marcou uma data histórica com repercussões amplas nas Relações Internacionais. Um anúncio especial foi realizado em Berlim, um ponto de virada crucial para a segurança europeia. Foi anunciado que a Bundeswehr , as forças armadas alemãs passarão por uma completa reformulação e modernização. Isso é relevante em vários cenários, o objetivo principal é demonstrar aos Estados Unidos, cujo comprometimento com a OTAN e com a Defesa europeia vem oscilando desde os anos Obama e entrou em estágio crítico no governo Trump não deve ser menosprezado e que levaram a sério a ameaça americana de que não contribuir mais para o orçamento anual da orgnização levaria os Estados Unidos a não se empenharem na defesa coletiva estabelecida pelo acordo.

Existe divergência entre os analistas de política externa americana se a ameaça de Trump será concretizada, alguns apontam que os Estados Unidos seguindo a doutrina Jacksoniana que Trump aplica na política externa irá se fechar para os problemas internos dos EUA e deixará a Europa a mercê do bloco russo-chinês, outros apostam em um blefe de Trump para assustar os europeus, ampliar seu orçamento e fortalecer a aliança para no longo prazo ter condições materiais melhores na hora do inevitável confronto.

É impossível saber qual das opções é a mais próxima dos planos de Trump. Conhecido por ser imprevisível, demagogo e populista. Porém a Alemanha não quer pagar pra ver e nem dar uma desculpa que justifique a fraqueza diplomática americana no caso da primeira hipótese se provar a verídica. Se excluirmos os EUA, hoje apenas a França e a Inglaterra são considerados potência militares de primeiro escalão dentro da OTAN. Ambos são potências nucleares, coisa que a Itália não é apesar de ser relevante em outras métricas militares, a Inglaterra ainda hoje conserva sua capacidade naval adquirida nos séculos XVIII e XIX e a França é o maior exécito do continente. É o suficiente para segurar a agressão do bloco Russo-Chinês?  Definitivamente não, aí mora a necessidade da Alemanha se tornar uma potência militar a altura da sua relevância economica para a Europa e o mundo. Afinal se trata da terceira maior economia do mundo.

É até estranho que um país desse porte não esteja na conversa sobre potências militares, mas a questão militar na Alemanha é complexa, pelo histórico associado ás duas grandes guerras e em especial ao Nazismo.

Comparada aos seus pares europeus a Alemanha é um país relativamente jovem que passou pelo processo chamado de unificação tardia, esse processo foi liderado pelo famoso chanceler Otto Von Bismarck (1815-1898),a primeira semente de uma potência considerável na Alemanha estava presente no processo de unificação, Bismarck participou de 3 guerras de definição de fronteira para o Estado Alemão, contra a Dinamarca em 1864, A Austria em 1866 e a França em 1870. As vitórias das tropas alemãs mostraram a chegada de uma nova potência no cenário europeu do fim do século XIX e sinalizavam para o então hegemona, a Inglaterra que em breve haveria uma batalha pelo controle internacional do mundo. A Rápida industrialização e força economica do império Alemão levou o país a conduzir o que chamamos nas Relações Internacionais de checagem de poder em relação a Inglaterra sendo um dos principais fatores que desencadearam a primeira guerra mundial (1914-1918). Depois disso o cenário alemão se deteriorou ainda mais, por uma combinação de fatores como o quão duro era o tratado de Versailles (1919),o fracasso da Liga das Nações, e a crise de 1929 que impediu que os EUA seguissem auxiliando economicamente a república de Weimar (1918-1933) foi gerada dentro da sociedade alemã a mais vil das ideologias políticas, o Nazismo.

Hitler se aproveitou de uma “tempestade perfeita” ás punições capitaneadas por França e Inglaterra feriram o orgulho alemão, a ausência de mecanismos de Hard Power na Liga das Nações o permitiram romper tratados de paz sem temer repercussões bélicas, França e Inglaterra assistiram o monstro ficar grande demais antes de tomar qualquer medida de retaliação tentando realizar o que John Mearsheimer chamou de Buck Passing no clássico A Tragédia da Política das Grandes Potências (2001). Enquanto a crise econômica proveniente do Grande Crash mexeu com a confiança da sociedade no capitalismo que em paralelo também  temiam o avanço do socialismo soviético. O fato de que Hitler conseguiu controlar por mais de uma década a política alemã realizando tantas crueldades e tendo a capacidade de gerar tanta lealdade na sociedade levou a um profundo processo de vergonha de ser alemão dentro da sociedade, anulando totalmente seu orgulho nacional e afastando o país de alguma relevância bélica.

Mas não foi apenas por isso que a Alemanha ficou por tanto tempo afastada das questões militares, professor Adriano Feroli, um estimado amigo disse em uma discussão recente que a garantia de proteção americana em qualquer circunstância fez com que os europeus se tornassem indulgentes, ao mesmo tempo que o sucesso financeiro pós queda do muro de Berlim turbinava os programas de Welfare State gerando uma falsa sensação de sociedade perfeita. Em certo grau isso é verídico, as universidades europeias foram tomadas por discussões anti-científicas, a força de trabalho ficou menos produtiva, e a promessa de superintegração da UE começou a ser questionada do ponto de vista moral, social e econômico, em especial na Inglaterra, sobre a política de portas abertas que encheu o continente de imigrantes, em sua maioria sem qualificação, de culturas antagônicas e expondo o velho continente a problemas de terceiro mundo como assassinatos e estupros em taxas para o padrão deles, assustadoras. Mais uma vez Samuel Huntington saiu consagrado pelo Choque de Civilizações.

O problema é que esses questionamentos só encontraram espaço honesto e imparcial na mídia e na academia na Inglaterra, onde Roger Scruton e Douglas Murray ficaram conhecidos por posições que no debate público ficariam conhecidas por Eurocéticas. Ambos, o filosófo e o analista político respectivamente se atentaram para esses problemas antes dos demais países e com mais sofisticação intelectual do que a produzida atualmente em países como a França, a Itália, Espanha e Portugal.

Hoje ficou claro que a Europa continental errou ao tentar ostracizar todos os críticos, como se fossem todos os que discordam de algo advindo de Bruxelas como neo-fascistas. Marine Le Pen, André Ventura e Matteo Salvini realmente são radicais de extrema direita, isso não está em discussão, porém ao ostraciza-los para fora os grandes partidos de Centro Direita perderam o controle sobre a franja radical que existe em todo partido seja ele de direita ou esquerda.

Um exemplo positivo desse controle da legenda sobre os seus nomes está presente no partido democrata nos Estados Unidos, claro que o bipartidarismo auxilia nesse ponto de impedir o extremismo dos candidatos para o executivo, e a Alemanha é um país multipartidário. Porém em hipótese alguma um radical de esquerda como o senador Bernie Sanders ou a deputada Alexandra Cortez conseguiria a nomeação democrata para disputar a presidência, no entanto o partido dá espaço para esse radicalismo no congresso para manter esses radicais sob controle do establishment da legenda.

No caso negativo  o exemplo se torna mais evidente na Alemanha. Era evidente que na coalizão do CDU/CSU que governou o país nas últimas décadas que haviam simpatizantes radicais entre seus eleitores, porém com a demonização aplicada aconteceu um efeito bumerangue, e hoje o AfD( Alternativa para a Alemanha) se tornou o segundo maior partido do país, só atrás dessa mesma histórica coalizão de centro-direita. Hoje a europa enfrenta um levante de partidos populistas de extrema-direita porque sua elite governante em bruxelas preferiu demonizar todos os críticos ao invés de entender quais críticas eram válidas e quais eram frutos do extremismo político.

Nesse cenário tanto interno quanto externo a atualização do sistema de defesa alemão se torna indispensável. Segundo dados do governo Alemão, o país irá abrir um espaço adicional de mais de 7 bilhões de euros em defesa no orçamento de 2025. Esses recursos evidentemente virão do colossal estado de bem estar social do país provocando de maneira indireta uma liberalização das relações econômicas no país que tendem a ampliar sua produtividade e o PIB no médio prazo. Importante notar que essa reestruturação das Forças armadas também se dará no espaço cibernético cada vez mais importante nas políticas de defesa para coibir e combater a formidável máquina de desinformação Russa. Esse compromisso Alemão com a sua defesa, a defesa coletiva europeia e a OTAN pode também enfraquecer no plano interno o apelo populista do AfD que não mais poderá ter a carta da passividade internacional a seu favor nos debates públicos. Também não podemos esquecer o simbolismo e posição de liderança da Alemanha dentro da UE, que pode inspirar os demais países a levarem mais a sério suas políticas de defesa e ampliarem seus orçamentos turbinando a força da OTAN em um momento crítico da história.

O plano de Scholz e Pistorius, seu ministro da defesa, apresentado apropriadamente no aniversário de 75 anos da OTAN tem o potencial de reerguer uma Superpotência no cenário internacional, estabilizar a política regional europeia e fortalecer o ocidente para o inevitável conflito futuro com o bloco russo-chinês.

Bibliografia

HUNTINGTON, Samuel. The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order, New York, Simon & Schuster, 1996 

KISSINGER, Henry. Ordem Mundial, Rio de Janeiro, Objetiva, 2015

MEARSHEIMER, John. The Tragedy of great power politics. New York : W.W Norton & Company, 2001

MURRAY, Douglas. Neo-Conservatism: Why we need it. New York, Encounter Books   2006

SCRUTON, Roger. Conservadorismo: Um convite à grande tradição. Rio de Janeiro, Editora Record, 2019

MARCADO:AlemanhaEuropaOTANRússia
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Por Rodrigo Bueno
Rodrigo Bueno é bacharel em Relações Internacionais pelo Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais (IBMEC). Pós graduado em Inteligência e Contra Inteligência pela Associação Brasileira de Estudos de Inteligência e Contra Inteligência (ABEIC/CSABE). Mestrando em Política Internacional ( PUC Minas ). Seu foco principal de estudos é a área da Política Internacional, Filosofia Política e Ciência Política. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3687844525565262
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