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Leitura: O véu da hostilidade: Como a ameaça Iraniana a Israel serve a um projeto de hegemonia regional e a desestabilização do levante
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Início » Colunas » O véu da hostilidade: Como a ameaça Iraniana a Israel serve a um projeto de hegemonia regional e a desestabilização do levante
Política Internacional

O véu da hostilidade: Como a ameaça Iraniana a Israel serve a um projeto de hegemonia regional e a desestabilização do levante

Wagner Constâncio
Última atualização: junho 16, 2025 2:22 pm
Wagner Constâncio 15 minutos de leitura
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A teia de rivalidades e alianças que define o Oriente Médio é intrincada, e no cerne de suas tensões mais voláteis reside a dinâmica antagônica entre a República Islâmica do Irã e o Estado de Israel. A percepção de que o Irã não apenas representa uma ameaça existencial para Israel, mas que essa hostilidade é um pilar estratégico para um projeto de hegemonia regional mais amplo, é uma análise que ecoa em círculos de inteligência e diplomáticos globalmente. Longe de ser mera retórica de confrontação, a postura iraniana em relação a Israel é uma peça fundamental em um xadrez geopolítico complexo, visando a reconfiguração do equilíbrio de poder no Levante e além, muitas vezes em detrimento da estabilidade e da soberania de nações árabes sunitas.

Contents
A Gênese da Animosidade: Ideologia, Revolução e a “Questão Palestina”Os Braços Armados da Revolução: O Eixo da ResistênciaA Ameaça Nuclear Iraniana: O Gato na SalaPara Além de Israel: A Hegemonia Regional e a Rivalidade Xiita-SunitaConclusão: Um Equilíbrio PrecárioReferências:

A Gênese da Animosidade: Ideologia, Revolução e a “Questão Palestina”

A semente da animosidade iraniana contra Israel foi plantada e germinou com a Revolução Islâmica de 1979. Antes de 1979, o Irã do Xá era um aliado não oficial, mas estratégico, de Israel, ambos percebendo a si mesmos como baluartes contra o nacionalismo árabe. A queda do Xá e a ascensão do Aiatolá Ruhollah Khomeini reverteram drasticamente essa política. A nova ordem teocrática do Irã abraçou uma ideologia anti-imperialista e anti-ocidental, com a condenação veemente dos Estados Unidos como o “Grande Satã” e de Israel como o “Pequeno Satã” ou “regime sionista ocupante”.

Para Khomeini e seus sucessores, a “questão palestina” tornou-se um símbolo central de opressão e injustiça, e a libertação de Jerusalém (Al-Quds) foi elevada a um imperativo religioso e político. Essa postura não era apenas uma expressão de solidariedade com os palestinos, mas uma ferramenta poderosa para angariar legitimidade e influência no mundo islâmico, desafiando a liderança tradicional de regimes árabes que eram vistos como demasiado complacentes com o Ocidente e com Israel. A retórica de líderes iranianos, que consistentemente proferem ameaças de “apagar Israel do mapa” ou de sua “iminente desaparição”, é, portanto, mais do que bravata; é uma declaração de intenções ideológicas e estratégicas, um lembrete constante de seu compromisso com a causa revolucionária.

Os Braços Armados da Revolução: O Eixo da Resistência

A ideologia da Revolução Islâmica transcende as fronteiras do Irã através da criação e do apoio a uma rede de “proxies” ou representantes, formando o que Teerã chama de “Eixo da Resistência”. Essa rede é a materialização da estratégia iraniana de projeção de poder, permitindo-lhe exercer influência e ameaça sem a necessidade de um confronto militar direto em larga escala. Os dois pilares mais proeminentes desse eixo são o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza.

O Hezbollah (Partido de Deus) emergiu no Líbano nos anos 1980, com o apoio direto do Irã, como uma resposta à invasão israelense do Líbano. Com o tempo, o Hezbollah se transformou em uma força política e militar sem precedentes para um ator não-estatal. Atualmente, possui um vasto arsenal de mísseis, foguetes e drones – estimado em mais de 150.000, incluindo mísseis guiados de precisão – que podem atingir qualquer parte de Israel. Essa capacidade bélica, superior à do próprio exército libanês, transforma o sul do Líbano em uma frente de potencial confronto direto com Israel, agindo como um escudo e uma espada para os interesses iranianos no Levante. Além de sua dimensão militar, o Hezbollah exerce uma influência política e social profunda no Líbano, permitindo ao Irã manter um calcanhar no governo libanês e garantir que as decisões políticas do país não contradigam seus interesses estratégicos. A participação do Hezbollah na guerra civil síria, apoiando o regime de Bashar al-Assad, demonstrou ainda mais sua capacidade de projeção de força e sua lealdade à agenda regional iraniana.

O Hamas, embora uma organização sunita, recebe apoio significativo do Irã, especialmente após o aprofundamento do isolamento de Gaza e a ruptura com outros patrocinadores árabes. Esse apoio visa manter Gaza como um ponto de pressão constante sobre Israel, garantindo que o conflito israelo-palestino permaneça em pauta e que Israel seja forçado a desviar recursos para sua defesa. Os milhares de foguetes lançados de Gaza em direção a Israel, muitos deles com tecnologia e componentes de origem iraniana, são um testemunho dessa parceria. Para o Irã, o Hamas é um ativo que permite inflamar a situação a qualquer momento, desestabilizar as fronteiras israelenses e, crucialmente, deslegitimar qualquer tentativa de normalização de relações entre Israel e os regimes árabes.

Além desses dois grupos principais, o Irã mantém laços com uma miríade de outras milícias e grupos armados no Iraque, Síria e Iêmen, como as Forças de Mobilização Popular no Iraque e os rebeldes Houthi no Iêmen. Esses grupos, embora com agendas locais, atuam como extensões da política externa iraniana, contribuindo para a desestabilização regional e a projeção do poder de Teerã através de “guerras por procuração”.

A Ameaça Nuclear Iraniana: O Gato na Sala

A cereja do bolo na estratégia de ameaça iraniana é o seu programa nuclear. Israel, desde o início, tem visto um Irã nuclear como uma ameaça existencial inaceitável. A possibilidade de Teerã adquirir armas nucleares, combinada com sua retórica anti-Israel, levanta o espectro de um genocídio nuclear, uma memória que ressoa profundamente na psique israelense.

Apesar das garantias iranianas de que seu programa é para fins pacíficos, a persistente falta de transparência com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o enriquecimento de urânio em níveis que excedem em muito as necessidades de um programa civil, e o histórico de ocultação de atividades levantam sérias dúvidas. Para Israel, um Irã com armas nucleares não apenas representaria uma ameaça de destruição direta, mas alteraria drasticamente o equilíbrio de poder no Oriente Médio. Isso permitiria ao Irã exercer uma coerção ainda maior sobre seus vizinhos e, potencialmente, desencadear uma corrida armamentista nuclear na região, com países como a Arábia Saudita e o Egito buscando suas próprias capacidades para equilibrar o poder iraniano. A estratégia israelense de “defender-se” nesse contexto inclui, e tem incluído, ações preventivas e sabotagens contra instalações nucleares iranianas, refletindo a convicção de que “nunca mais” significa impedir que tal capacidade caia nas mãos de um regime tão explicitamente hostil.

Para Além de Israel: A Hegemonia Regional e a Rivalidade Xiita-Sunita

A fixação iraniana em Israel é, paradoxalmente, apenas uma peça em um quebra-cabeça geopolítico muito maior: a ambição de Teerã de se estabelecer como a potência hegemônica do Oriente Médio. Essa busca por supremacia inevitavelmente coloca o Irã, um país de maioria xiita, em rota de colisão com os regimes árabes sunitas, liderados pela Arábia Saudita, que historicamente dominaram a paisagem política da região.

A rivalidade Irã-Arábia Saudita é uma complexa mistura de diferenças ideológicas, sectárias e geopolíticas. Enquanto o Irã se apresenta como a vanguarda da resistência islâmica contra a hegemonia ocidental e a “tirania sionista”, os regimes sunitas, muitos dos quais são aliados tradicionais dos EUA, veem o expansionismo iraniano como uma ameaça direta à sua própria segurança e estabilidade. A “destruição de Israel” ou a manutenção de um estado de conflito e desestabilização nas fronteiras israelenses serve, portanto, como um pretexto conveniente e uma ferramenta estratégica para o Irã minar seus rivais sunitas de várias maneiras:

  1. Deslegitimação de Regimes Árabes Sunitas: Ao capitalizar sobre a fervorosa defesa da causa palestina e a animosidade generalizada contra Israel em muitas sociedades árabes, o Irã busca deslegitimar regimes árabes que mantêm ou buscam normalizar relações com Israel, como exemplificado pelos Acordos de Abraão. Essa estratégia visa minar a credibilidade desses governos perante suas próprias populações, acusando-os de “traição” ou de “cumplicidade” com o “inimigo sionista”, e, assim, erodir sua autoridade e estabilidade.
  2. Guerras por Procuração e Desestabilização Regional: As “guerras por procuração” em países como Iêmen, Síria, Iraque e Líbano são os palcos onde o Irã e a Arábia Saudita competem por influência. No Iêmen, o Irã apoia os rebeldes Houthi contra o governo internacionalmente reconhecido, apoiado por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, exacerbando uma das maiores crises humanitárias do mundo. Na Síria, o Irã foi um pilar fundamental para a sobrevivência do regime de Assad, um governo alauíta (uma ramificação do Xiismo), contra uma oposição em grande parte sunita. No Iraque, as Forças de Mobilização Popular, muitas delas milícias xiitas leais a Teerã, exercem uma influência política e militar substancial, desafiando a soberania do Estado iraquiano e estendendo a esfera de influência iraniana até a fronteira síria. Essas intervenções diretas e indiretas não apenas destroem os países em questão, mas também desviam recursos, inflamam tensões sectárias e distraem os rivais sunitas do Irã.
  3. Projeção de Poder e Coerção: A capacidade do Irã de lançar ataques diretos a Israel, como o ataque de mísseis e drones em abril de 2024, ou de facilitar ataques de seus representantes, demonstra a amplitude de seu alcance e a seriedade de suas ambições. Essa projeção de poder não é apenas uma ameaça tangível a Israel, mas um sinal inequívoco para os regimes sunitas de que Teerã é uma força a ser reconhecida, capaz de desestabilizar suas fronteiras, ameaçar seus interesses econômicos e até mesmo atacar seus territórios (como demonstrado pelos ataques a instalações de petróleo sauditas no passado). Um Irã nuclear, nesse contexto, seria uma ferramenta de coerção ainda mais potente, capaz de intimidar e dissuadir qualquer oposição significativa à sua agenda regional.

Conclusão: Um Equilíbrio Precário

A percepção de que o Irã ameaça a destruição de Israel e que essa ameaça é um pretexto para um projeto de desestabilização e hegemonia regional é, portanto, amplamente embasada. A ideologia revolucionária iraniana, a formação de um extenso “Eixo da Resistência” com grupos militantes, a busca por uma capacidade nuclear e a exploração de divisões sectárias no mundo árabe, tudo isso converge para um objetivo central: redefinir o equilíbrio de poder no Oriente Médio em favor de Teerã.

A estabilidade de toda a região, já frágil, pende de um fio, com a rivalidade Irã-Israel agindo como um catalisador para conflitos mais amplos. As ações de Israel, entendidas por muitos como uma defesa legítima contra uma ameaça existencial e um projeto hegemônico, são igualmente vistas por outros como uma escalada. A comunidade internacional se encontra em uma encruzilhada, buscando desesperadamente caminhos para a desescalada e a contenção, ciente de que um confronto em larga escala entre essas potências regionais teria repercussões devastadoras para a segurança global, o comércio e a economia de energia. A compreensão profunda dessa dinâmica é essencial para qualquer esforço diplomático ou estratégico visando a uma paz duradoura em uma das regiões mais complexas e voláteis do mundo.


Referências:

LIVROS E ARTIGOS ACADÊMICOS

KINZER, Stephen. All the Shah’s Men: An American Coup and the Roots of Middle East Terror. New York: John Wiley & Sons, 2003.

POLLACK, Kenneth M. The Persian Puzzle: The Conflict Between Iran and America. New York: Random House, 2004.

OSTOVAR, Afshon. Vanguard of the Imam: Religion, Politics, and Iran’s Revolutionary Guards. Oxford: Oxford University Press, 2016.

KRAMER, Martin. Shi’ism, Resistance, and Revolution. Boulder: Westview Press, 1987.

SACHS, Natan; MALONEY, Suzanne. Israel and Iran: A Dangerous Rivalry. Brookings Institution, 2015. Disponível em: https://www.brookings.edu/articles/israel-and-iran-a-dangerous-rivalry/. Acesso em: 16 jun. 2025.

ARTIGOS E RELATÓRIOS ONLINE

THE WASHINGTON POST. Trump had visions of Middle East ‘peace.’ Netanyahu had other ideas. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/2025/06/16/middle-east-iran-trump-israel-peace-future/. Acesso em: 16 jun. 2025.

THE GUARDIAN. In Gaza, Israel destroyed its reputation. Attacking Iran is a belated and dangerous attempt to restore it. Disponível em: https://www.theguardian.com/commentisfree/2025/jun/16/gaza-israel-destroyed-reputation-attacking-iran-benjamin-netanyahu. Acesso em: 16 jun. 2025.

NDTV. Explained: Axis Of Resistance And Iran’s Proxy Network Across Middle East. Disponível em: https://www.ndtv.com/world-news/israel-hamas-palestine-gaza-explained-axis-of-resistance-and-irans-proxy-network-across-middle-east-4534061. Acesso em: 16 jun. 2025.

IFMAT. Iran network of terror proxies across the Middle East. Disponível em: https://www.ifmat.org/01/31/iran-network-of-terror-proxies-across-the-middle-east/. Acesso em: 16 jun. 2025.

MARCADO:Desestabilização do levanteHegemonia regionalIsrael x Irã
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Por Wagner Constâncio
Wagner Constâncio é bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), com especialização em Direito Público Administrativo e Direito do Consumidor. Atua como Analista Jurídico e também se dedica à produção de conteúdo sobre política nacional, com foco na legislação e na jurisprudência brasileira.
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