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Início » Colunas » O aumento do antissemitismo como justificativa de defesa da fé e da política
Política Internacional

O aumento do antissemitismo como justificativa de defesa da fé e da política

Wagner Constâncio
Última atualização: junho 30, 2025 11:20 am
Wagner Constâncio 9 minutos de leitura
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Há aproximadamente 1 mês, um estudo divulgado pelo Grupo de Trabalho de Grandes Comunidades contra o Antissemitismo (J7) apontou para um crescimento de incidentes antissemitas no mundo desde o dia 07 de outubro de 2023, sobretudo nos Estados Unidos e Austrália. O relatório, apresentado em Berlim, concluiu um aumento significativo em países como França, Canadá, Alemanha e Reino Unido, com crescimento de até 227% nos incidentes antissemitas nos Estados Unidos entre 2021 e 2023, além de um aumento de 317% nos incidentes antissemitas na Austrália em 2024. [1]

Muito embora o início da guerra  mais sangrenta em décadas no Oriente Médio em 07 de outubro de 2023 se deu em razão de uma ação-relâmpago, tendo o grupo terrorista Hamas invadido o sul do Estado judeu por terra, céu e mar, assassinando mais de 1.200 pessoas  — a maioria civis —, no sul de Israel, tendo como principais alvos comunidades rurais e pequenos povoados e cidades, como Sderot, Nir’Oz e Zikim , é de se admirar a amplitude de  teorias da conspiração, discursos de ódio e desinformação acerca do tema. [2]

É possível observar a amplitude de teorias da conspiração, discursos de ódio e desinformação como um fenômeno que distorce a compreensão pública do que realmente aconteceu. E isso tem impactos perigosos.

Ao justificar ou minimizar os ataques contra civis israelenses com base em críticas ao Estado de Israel, há uma relativização da violência terrorista, o que rompe com princípios básicos de direitos humanos. Nenhum massacre deve ser visto como “compreensível” ou “explicável” por motivos políticos ou históricos.

O ataque de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas foi um dos episódios mais brutais da história recente do Oriente Médio, com violência deliberada contra civis — algo amplamente documentado e classificado como terrorismo pela maior parte da comunidade internacional. A resposta militar de Israel, que gerou milhares de mortes em Gaza, é parte de um conflito profundamente enraizado.

Plataformas como X (antigo Twitter), TikTok, Facebook, Instagram e Telegram têm sido veículos poderosos de desinformação e propaganda, tanto por parte de militantes quanto de Estados. Isso confunde o debate público, gera radicalização e impede qualquer tentativa de diálogo ou solução justa.

A fronteira entre crítica legítima à política de Israel e ódio antijudaico tem sido cada vez mais cruzada. Muitos discursos em redes sociais ou protestos, que deveriam se concentrar em defender os direitos dos palestinos, acabam usando narrativas e símbolos antissemitas, generalizando os judeus como um bloco opressor.

A proliferação de teorias — como alegações infundadas de que o ataque do Hamas foi “permitido” por Israel ou que “não aconteceu como dizem” — serve para negar a realidade e revitimizar os mortos e seus familiares. Esse tipo de narrativa é típico do antissemitismo moderno, que recicla formas velhas de negar o sofrimento judaico.

Criticar a política de um Estado — como as ações militares de Israel, a ocupação de territórios ou o tratamento dado aos palestinos — é não apenas legítimo, como necessário no debate democrático. No entanto, quando essa crítica abandona os termos políticos e se torna um ataque coletivo contra o povo judeu, estamos diante de antissemitismo.

Muitos discursos nas redes sociais e em manifestações públicas utilizam linguagem de resistência ou justiça social para legitimar ideias abertamente antissemitas. Isso inclui comparar Israel com o regime nazista (banalizando o Holocausto), usar símbolos como a suástica para representar o Estado de Israel, repetir clichês como “os judeus controlam a mídia” ou “financiam guerras”. Essas ideias não defendem os palestinos — apenas reproduzem preconceitos históricos e transformam um conflito geopolítico em justificativa para ódio religioso e étnico.

A negação de eventos traumáticos — como o ataque de 7 de outubro de 2023 — é uma forma sofisticada de violência simbólica. Sugestões infundadas de que Israel “deixou acontecer” ou que “as mortes foram inventadas” seguem a mesma lógica da negação do Holocausto: remover a humanidade das vítimas e plantar dúvida onde há evidência clara. Isso não só distorce os fatos, como também revitimiza os sobreviventes e os familiares dos mortos, sendo uma forma de manter o antissemitismo “atualizado”, adaptado às linguagens das redes, do relativismo e da pós-verdade.

A narrativa binária de “vilão e vítima absoluta”, reduzir o conflito a “Israel é o mal e os palestinos são o bem” (ou o oposto) desumaniza ambos os lados. Mas, frequentemente, o lado judaico é tratado como intrinsecamente culpado, como se todos os judeus do mundo fossem corresponsáveis pelas ações do governo israelense. Isso é inaceitável e perigoso, tanto moral quanto historicamente.

Outro aspecto problemático é, nos últimos anos, inúmeros sinais indicam que a defesa da Inquisição por parte de grupos católicos ultraconservadores é mais do que uma simples revisão histórica: trata-se de uma manifestação explícita de antissemitismo moderno.[3]

A Inquisição ibérica, sobretudo nas versões espanhola e portuguesa, teve como alvos frequentes os judeus convertidos ao cristianismo (os chamados cristãos-novos). Esses indivíduos eram perseguidos sob a acusação de praticar o judaísmo em segredo (cripto-judaísmo). As consequências foram milhares de prisões, confisco de bens, torturas e execuções.

Em ambientes litúrgicos tradicionalistas, ainda persistem expressões e rituais que sugerem a “cegueira dos judeus” ou a necessidade de sua conversão forçada. Essas práticas, criticadas inclusive pelo Concílio Vaticano II e por documentos como a Nostra Aetate (1965), seguem vivas em grupos que rejeitam a renovação do diálogo inter-religioso promovido pela Igreja Católica contemporânea.

A retomada da Inquisição como símbolo positivo, nesse contexto, funciona como uma tentativa de normalizar a perseguição histórica aos judeus sob o pretexto de defender a doutrina.

A defesa da Inquisição como modelo de ação legítima contra os “inimigos da fé” — especialmente os judeus — é, no cenário atual, uma forma perversa e disfarçada de antissemitismo. Diante disso, é urgente que instituições religiosas, acadêmicas e civis reafirmem o compromisso com a verdade histórica, a liberdade religiosa e os direitos humanos.

Portanto, o crescimento do antissemitismo, disfarçado de crítica política ou de defesa religiosa, representa uma ameaça séria à convivência democrática e à integridade dos direitos humanos. A instrumentalização de eventos trágicos — como o ataque de 7 de outubro de 2023 — para justificar discursos de ódio, teorias conspiratórias e reabilitação de práticas históricas de perseguição, como a Inquisição, revela um retrocesso alarmante.

É fundamental distinguir a crítica legítima à política de qualquer Estado, inclusive Israel, de ataques generalizados ao povo judeu, suas instituições e sua memória. Quando esse limite é ultrapassado, entra-se no campo do preconceito étnico, da violência simbólica e da revitimização histórica.

O antissemitismo contemporâneo, muitas vezes travestido de resistência ou zelo doutrinário, não pode ser tolerado — seja nos parlamentos, nas redes sociais, nas igrejas ou nas universidades. Combatê-lo exige coragem moral, responsabilidade intelectual e o compromisso ativo de todas as esferas da sociedade com a verdade, a justiça e a dignidade humana.

REFERÊNCIAS:


[1] Estudo revela crescimento do antissemitismo no mundo – Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/estudo-revela-que-o-antissemitismo-atingiu-niveis-recordes-no-mundo/ (Acesso em 30/06/2025)

[2] Guerra no Oriente Médio, 1 ano: Como o Hamas lançou o pior ataque terrorista contra Israel no 7 de Outubro de 2023 – Leia mais em: https://oglobo.globo.com/mundo/especial/guerra-no-oriente-medio-1-ano-como-o-hamas-lancou-o-pior-ataque-terrorista-contra-israel-no-7-de-outubro-de-2023.ghtml (Acesso em 30/06/2025)

[3] CONCÍLIO VATICANO II. Nostra Aetate: Declaração sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs. 1965. Leia mais em: https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_nostra-aetate_po.html.  (Acesso em: 30/06/2025)

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Por Wagner Constâncio
Wagner Constâncio é bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), com especialização em Direito Público Administrativo e Direito do Consumidor. Atua como Analista Jurídico e também se dedica à produção de conteúdo sobre política nacional, com foco na legislação e na jurisprudência brasileira.
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