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Início » Colunas » Na guerra de Putin, o maior vitorioso até o momento é Erdogan, com uma ajudinha de um velho cardeal.
Política Internacional

Na guerra de Putin, o maior vitorioso até o momento é Erdogan, com uma ajudinha de um velho cardeal.

Rodrigo Bueno
Última atualização: setembro 21, 2023 9:13 am
Rodrigo Bueno 8 minutos de leitura
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A OTAN celebrou uma grande vitória nos últimos meses, em paralelo ao conflito russo-ucraniano a organização finalizou o processo de entrada dos países escandinavos Suécia e Finlândia ao bloco de defesa ocidental. O presidente turco Erdogan foi quem mais se beneficiou nesse processo, inicialmente a Turquia havia aplicado seu poder de veto na entrada de tais países. O veto turco foi vendido pelos analistas simpáticos a Vladimir Putin como uma rachadura na cúpula da OTAN e do ocidente.

Particularmente, enquanto analista, gosto de esperar algum tempo para analisar os eventos, pois especialmente na Geopolítica muitas coisas não são o que parecem ser, diversionismo, teatralidade e ilusão são a regra e não a exceção nesse mundo. Análises que surgem quase em tempo real aos acontecimentos na maioria das vezes provém do fígado e não do cérebro. Erdogan, ciente das características particulares de seu Estado (Um país em dois continentes) que ocupa local totalmente estratégico no tabuleiro geopolítico, tinha a clara noção do que estava fazendo.

Para entender o que Erdogan fez é necessário voltar um pouco no tempo e resgatar alguns  ensinamentos do genial Armand Jean Du Plessis, mais conhecido como Cardeal Richelieu. A Raison d’etat (Razão de Estado) ou simplesmente Interesse Nacional. Precisamos voltar para o século XVII para compreender o que ele fez no período, e em seguida mostrar como Erdogan aplicou a mesma teoria em favor da Turquia.

No período que antecedeu o famoso conflito da guerra dos 30 anos, havia a expectativa de que os católicos deveriam se unir para combater os protestantes. A região da Boêmia (atual Alemanha) estava prestes a ter uma sucessão imperial, o mais cotado para assumir o trono era o rei católico Fernando Habsburgo, porém a nobreza protestante da região em uma tentativa de mudança de regime ofereceu a coroa a um príncipe luterano. Isso levaria ao Sacro Império Romano Germânico deixar de ser uma instituição católica e alinhada ao papado.

As forças imperiais massacraram os boêmios e aproveitaram para avançar contra os nobres de religião protestante em toda a Europa, gerando um conflito que destruiu a Europa Central. Os príncipes protestantes estavam em sua maioria na região norte da atual Alemanha, que na época era conhecida como Prússia, enquanto o coração do mundo católico era a Áustria e a região sul do que virou a Alemanha. Em teoria, os católicos deveriam ser obrigados a se unir contra os “hereges”. Mas confrontados com a possibilidade de ganhos estratégicos ou a unidade espiritual. A França de Richelieu escolheu o primeiro.

Com os demais países e regiões no mais profundo caos, um país capaz de manter razoavelmente intacta sua ordem política interna, está em posição de projetar o seu poder em níveis internacionais. Como os Estados Unidos fizeram na Primeira Guerra Mundial e em parte da segunda, a França fez o mesmo. Richelieu enxergava o período de convulsão social com a preocupação de que o território francês estivesse sob risco e movimentou o país para apoiar a coalizão protestante formada pela Suécia, Prússia e os príncipes do Norte da Alemanha. Tudo tendo em vista unicamente o Interesse Nacional. A ameaça que a França enfrentava naquela época não era metafísica ou religiosa e sim estratégica. “Se o grupo (protestante) for inteiramente destruído, o peso do poder da casa da Áustria recairá sobre a França” (KISSINGER, 2015, p.30). Ao apoiar os vários pequenos Estados ao longo da Europa, o objetivo da França de enfraquecer a Áustria foi atingido.

Com o sucesso da estratégia, o Richelieu se imortalizou na Ciência Política e nas Relações Internacionais, deixando um legado amplo que anos mais tarde serviria de base para o que se convencionou chamar de realismo em Política Internacional. Esse conceito embasou a maneira que Erdogan negociou a remoção de vetos para a entrada da Suécia e da Finlândia na OTAN.

Em pouco menos de um ano Erdogan conseguiu a negociar armamentos com os dois países que anteriormente embargavam venda de armas e munições para a Turquia, conseguiu também o apoio diplomático para a entrada no mecanismo PESCO da UE, Suécia e Finlândia também interromperam o apoio aos grupos separatistas curdos que operavam na Turquia, alteraram suas leis internas sobre terrorismo e extraditaram suspeitos de terrorismo para Ancara.

Erdogan primeiro conseguiu da Finlândia essas demandas, mas não se deu por satisfeito, a Suécia também deveria dançar conforme a música, uma vez que apenas o artigo 5° da OTAN consegue proteger os escandinavos do imperialismo russo. No último mês de julho o desbloqueio a entrada da Suécia na organização aconteceu, após negociações entre Erdogan, Kristersson (primeiro-ministro sueco) e Stoltenberg (secretário-geral da OTAN) ficou acertado que a Ratificação da entrada da Suécia aconteceria o mais rápido possível. Erdogan ainda conseguiu 40 jatos modelo F-16 e mais de 6 bilhões de dólares para investir na modernização das suas forças militares.

A Suécia também se comprometeu em aceitar a entrada da Turquia na UE, embora Erdogan saiba que nem todas às promessas serão cumpridas dada a complexidade dessa última demanda que se arrasta desde 1963. Mas ainda assim a vitória do presidente turco foi inquestionável sobre às lideranças escandinavas, resta saber se Erdogan terá o mesmo sucesso ao negociar com as tradicionais potências ocidentais. A Turquia deseja que os seus cidadãos não mais necessitem de vistos de trânsito na Área Schengen, a justificativa turca é que isso prejudica sua economia e fere o orgulho nacional, conseguindo liberar o trânsito e às viagens de negócios a saúde da economia turca melhorará consideravelmente.

Tal demanda turca será complexa por dois motivos. O primeiro devido aos problemas contínuos de imigração no continente europeu, com 85 milhões de habitantes, os turcos poderiam contribuir para que a islamização do continente europeu seja ainda mais rápida. Em um momento que partidos nacionalistas crescem nas intenções de votos em toda a Europa, fatalmente será algo transformado em arma eleitoral por candidatos desse perfil. O segundo motivo que emperra às demandas turcas são às preocupações relacionadas a estabilidade jurídica, ao respeito pelos direitos humanos e a democracia turca.

Curioso notar que pessoalmente Erdogan está muito mais próximo dos métodos autoritários de Vladimir Putin do que do consenso social-democrata que comanda a UE, e ainda mais distante dos orgulhosos progressistas escandinavos. Mas quando a realidade se impões, a ideologia se torna algo secundário como já havia demonstrado Richelieu. Erdogan aprendeu, e como aprendeu.

Lista de Abreviações

OTAN: Organização do Tratado do Atlântico Norte

PESCO: Cooperação Estruturada Permanente

UE: União Europeia

Bibliografia

KISSINGER, Henry. Ordem Mundial, Rio de Janeiro, Objetiva, 2015

MARCADO:ErdoganOTANUnião EuropeiaVladimir Putin
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Por Rodrigo Bueno
Rodrigo Bueno é bacharel em Relações Internacionais pelo Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais (IBMEC). Pós graduado em Inteligência e Contra Inteligência pela Associação Brasileira de Estudos de Inteligência e Contra Inteligência (ABEIC/CSABE). Mestrando em Política Internacional ( PUC Minas ). Seu foco principal de estudos é a área da Política Internacional, Filosofia Política e Ciência Política. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3687844525565262
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